A relação custo x benefício do Bolão

Recrutar 529 participantes para um bolão da copa do mundo não foi uma tarefa fácil. O custo era alto para algumas pessoas, a falta de tempo atrapalhava outras, mas especialmente as pequenas chances de vencer deixavam outros em dúvida. Agora que o processo já está encerrado, vou apresentar a minha visão sobre cada uma das barreiras apontadas para a participação no Bolão:

(1) MUITO CARO? O custo total do Bolão (R$ 100,00), dividido pelo número de jogos da Copa do Mundo (64) gera um custo unitário de R$ 1,56 por jogo. Participando do Bolão, você acabou de comprar o ingresso mais barato que existe nessa Copa do Mundo. Com o bolão, Honduras x Suíça é tão importante quanto Espanha x Holanda. Todo jogo vira um desespero. Um gol de Honduras aos 44 do segundo tempo pode te tirar (ou dar) pontos fundamentais na briga pelos prêmios.

(2) FALTA DE TEMPO? Os que me conhecem sabem da minha rotina. O excesso de atividades é hoje uma realidade para quase todo mundo. Temos participantes que trabalham 20 horas por dia, outros que dormem 4 horas por noite, outros que ocupam cargos estressantes, outros que recebem salários muito mais baixos do que deveriam. Há muitos anos descobri que a responsabilidade por gerenciar o nosso tempo é NOSSA, e não dos outros. É fundamental nos darmos o direito de acompanhar uma Copa do Mundo. E nada melhor do que o Bolão para garantir que estejamos conectados todo o tempo durante a Copa.

(3) DÁ PARA GANHAR OS PRÊMIOS? Alguém vai ganhar. A chance estatística, se todos fossem iguais entendedores de futebol, é de 0,18% para o carro 0km. Mas aqui no grupo temos pessoas como o Gabriel Bergmann (Uruguaiana), o Paulo Zilberknop (Pelotas), o Tiago Feliz (Vitória), o Daniel Pizzamiglio (Caxias), o Fábio Lustosa (Alagoinhas, BA) que não entendem nada de futebol e, portanto, estão fora de qualquer chance de títulos. Tirando eles, nossa chance já aumenta para 0,19%. E assim vai.

Mas na verdade, o grande significado do Bolão é a aproximação entre as pessoas. Eu poderia usar palavras bonitas para descrever o que acontece numa família durante a participação no Bolão, com as pessoas tendo um assunto para conversar, discutir, curtir juntos. Eu poderia mencionar o que aconteceu na Copa de 2010, quando, literalmente, esse Blog passou a ser um diário em família. Mas já que eu não sou muito bom em palavras, vou reproduzir mais uma vez o e-mail que recebi do Daniel Duarte, que junto com seu pai Pompilio, participou do Bolão da Copa de 2010 (LEIAM).

QUEIJO RALADO.

Na última copa, eu e o meu pai (seu Pompílio) participamos ativamente do bolão e nos divertimos muito a cada rodada. Devido à  pouca habilidade do Seu Pompílio com computadores, eu gerenciava seus resultados. Ele morava em POA e diariamente conversávamos  sobre nossos desempenhos no bolão. Nos finais de semana eu ia para "casa" (por que mesmo aos 36 anos, com imóvel próprio, casados e "grávidos" ainda chamamos a casa dos pais de casa?) e conferíamos em tempo real as partidas e atualizações do blog.

Era uma copa do mundo, e, portanto,  já era uma baita emoção. No entanto, só o torneio, sem o bolão, era como comer aquele "penne 4 formaggio"  sem o queijo ralado.

Em uma copa, na frente da TV, se temos 14 ou 74 anos, somos iguais. Se tem um bolão rolando, somos mais iguais ainda. As chances do garanhão do colégio são as mesmas do vovô de pantufas. Se você é um milionário, lutarás de igual para igual com um assalariado. O bolão "passa a régua"! Aproxima todo mundo. O bolão faz  a cidade parecer menor.

 Seu Pompílio nos deixou em Setembro de 2010, mas seu último "penne"  teve muito queijo ralado.